Bom, vou tentar concluir o post anterior, para poder iniciar a minha chegada aqui no Rio.
Depois de me despedir das gurias, fui para o avião me acomodei,dei AQUELE suspiro ( de quase choro..hehe),e sem que eu pudesse ter algum controle, começa a vir flashes de tudo que eu já tinha feito, e que já havia acontecido comigo este tempo em que morei no sul,o tal do medo resolve a tentar dar o ar da graça, começam a vir as dúvidas, mas ao mesmo tempo eu pensava que estava vindo em busca de um sonho, e que eu tinha que ao menos tentar, que provavelmente não seria fácil, mas que teria que vir, ou então seria uma eterna frustrada, pensava muito na minha amiga que foi sozinha morar fora, e que ao menos eu estaria aqui no Brasil, e por mais que fosse em outro estado seria mais fácil de ir visitar minha mãe,mas ao mesmo tempo, lembrava da minha mãe me dando tchau na frente de casa,lembrava de todos que tinham ido na minha despedida, de tantas coisas que já havia feito com minhas amigas, da falta que eu sentiria,lembrava de algumas coisas que tinham acontecido a tempos atrás. Pode parecer exagero, mas tudo isso realmente passa na nossa cabeça em fração de minutos.
Então, eu nesta pilha com a mão na testa ( tipo Chico Xavier) e de repente:
- Atenção tripulação, portas em automático. ( essa frase dá eco, acreditem).
Tive ataque de riso, frio na barriga, dor de barriga, um princípio de infarto,medo, vontade de chorar,vontade de gritar, insegurança, mas não tinha mais volta e a tão esperada hora havia chegado.
Então, me recostei fechei os olhos e dormi..HA HA HA, juraaa !!!
Esta, foi a viagem de uma hora mais longa e com mais adrenalina que tive na vida( isso que já voei de asa delta).
E depois de uma hora e um pouquinho...
A sensação da chegada é algo inexplicável,por mais que não tenha sido minha primeira e nem segunda vez aqui, mas dessa vez era diferente.
A chegada
Estava com adrenalina a mil, cheguei no aeroporto eu minhas malas e minha coragem..hehe!!
A menina que eu dividiria apartamento estava me esperando no aeroporto e a recepção foi muito bacana.
Pegamos um ônibus para ir até em casa, aqui chamam de frescão, um ônibus super seguro, que pegamos praticamente dentro do aeroporto e deixa na frente de casa, passa por toda orla carioca literalmente, pois moro na Barra.
Viemos conversando sem parar do aeroporto até em casa,mas a adrenalina e ansiedade era tanta, que não lembro de absolutamente nada que conversamos..hahaha!!
"Em casa"
Chegamos em casa larguei minhas coisas, e como cheguei em uma sexta, comemos algo e fomos dar uma voltinha de leve.
Nada muito prolongado, pois estava morta de cansada
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Primeira Semana. Cadê todo mundo?
Eis que chego na parte mais difícil,a primeira semana é quando começa a cair a ficha de que estamos longe de todo mundo e que dá aquele medo, aquela insegurança,a saudade,tudo junto, a gente tenta entender o motivo de estar fazendo tudo isso,porque a impressão que eu tinha, é que estava tentando levar a frente uma coisa que não estava me fazendo bem..(por causa da saudade).
Demorei uns dias para desfazer as malas, inconscientemente fiquei inventando desculpas para não desfazê-las, afinal de contas, vai que me desse uma dor de barriga, e precisasse ir pra casa, minha mala estaria pronta,e evitaria passar trabalho.
A primeira semana, é a semana do choro, da saudade, semana que pensei quase todos os dias em voltar pra casa, semana de auto - controle,de crescimento,de descobertas, de aprendizado,de testes, provações,de sentimentos a flor da pele, enfim..
Vou tentar explicar;
Sempre tive certeza do amor que sinto pela minha mãe, e sempre soube que ela é a pessoa mais importante da minha vida, mas acho que por conviver diariamente, e por ser um pouco fechada se tratando de demostrações de afeto,nem eu tinha noção que esse amor que tenho por ela, é TRILHÕES de vezes maior que do que eu imaginava.
A cada ligação que fazia pra ela e que escutava a voz,era como um teste de sobrevivência,ter que ligar, conversar "numa boa" estando com aquele nó na garganta, louca pra gritar um "manhê".
Me dei conta, que meu irmão, apesar das diferenças e de termos uma relação Instável, é uma das pessoas mais importantes e que mesmo sem querer me ajudou com que tivesse coragem de vir pra cá, pois se eu não tivesse ele na minha vida,jamais conseguiria deixar minha mãe e fazer tudo isso.
Aprendi que saudade dói e muito, que nessa fase de adaptação é o sentimento que mais atrapalha, por causa dela, pensei em desistir sem nem tentar,por causa dela me senti insegura, ela judia,ela nos testa,nos tira o sono.
Mas agora, estando no meu terceiro mês, eu também aprendi que se não fosse a saudade, eu não teria crescido,e que ela não é tão ruim assim, que estes testes que ela nos faz é simplesmente para ensinar a conhecer nossos limites e para nos ensinar a ter forças,não desistir e seguir em frente, ela que nos faz parar e pensar nas pessoas, ao nosso redor,através da saudade,aprendi dar uma reforçada na gentileza,na generosidade,e expor mais os sentimentos,aprendi que chorar não é um momento de fracasso e sim de desabafo de algum sentimento que palavras nenhuma expressam.
Hoje, sei exatamente o que cada AMIGO significa pra mim, sei exatamente em que cada um me acrescenta, e sei exatamente o motivo pelo qual sempre os quiz próximos a mim esses anos todos.
E talvez se a saudade não tivesse me dado essa "judiada" ou melhor, não tivesse me ensinado "na marra" eu não teria noção de tamanha importância das pessoas que tenho e que hoje estão longe de mim.
Ainda não estou do jeito que gostaria, e também não consegui atingir todos meus objetivos aqui(que não são poucos), mas a cada dia que passa, tenho certeza de que fiz a escolha certa, tenho certeza de que é aqui. E a saudade?! Sinto TODOS os dias, mas estou aprendendo a controlar.
"Ninguém disse que seria fácil,apenas disseram que valeria a pena."